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segunda-feira, 30 de setembro de 2019

PLS Mídia : FREI DAMIÃO ( Relato Biográfico)

PLS Mídia : FREI DAMIÃO ( Relato Biográfico): O MISSIONÁRIO                                                Cônego Joaquim de Assis Ferreira Missionário pelos sertões n...

FREI DAMIÃO ( Relato Biográfico)





O MISSIONÁRIO
                                              

Cônego Joaquim de Assis Ferreira


Missionário pelos sertões nordestino e, em nosso caso, na Paraíba, sempre os tivemos e extraordinários, embora raros.
Missionários, exímios pregadores do Evangelho, homens cheios de renúncia e vida santa, fundadores de comunidades religiosas, construtores de igrejas, sempre os mereceu o nosso povo, ainda de tempos em tempos.
Só a presença desses homens incomuns representou uma graça eleita do Senhor à nossa gente, sofrida mais cristã.
A sua pregação valia por um estimulo à fé, um ânimo nos sofrimentos, um grito de reprovação aos desmandos dos costumes, um alento para as reformas da vida, uma elucidação das verdades da Igreja, um aprimoramento da vida cristã.
A mensagem, que transmitiam, era autêntica, embora variasse nos métodos.
Ainda que com o timbre pessoal de cada missionário, a sua mensagem, por ser genuinamente evangélica, impressionou vivamente, em todas as épocas, o espírito do nosso povo.
Nenhum pregador de verdades tem tido maior receptividade no Sertão do que o missionário.
Todos lhe dão cobertura total com um crédito absoluto de confiança.
O povo vê no missionário um homem de Deus, uma lama pura, luminosa, reta, uma vida santa. Por isso, aceita e guarda a sua palavra.
A vivência da palavra, que prega, dá em favor do missionário um testemunho indiscutível.
Quando, por isso ou aquilo, os fiéis descobrem desacordo ou incoerência entre a vida e a palavra do pregador, entra em pânico e perdem o ardor religioso. Têm razão, por que negar, pois, em matéria de fé, só a palavra quente de vida convence.
Grande sorte há sido nossa a santidade dos nossos missionários. Varões de Deus é que eles têm sido.
Assim, através dos tempos, Ibiapina, Herculano, Martinho e, agora, neste quase meio século, o maior de todos, ao meu ver, Frei Damião.
Conheci Frei Damião, em 1936, ao tempo da sua primeira missão na cidade de Cajazeiras, quando Cajazeiras e Patos eram a mesma diocese.
Vinha ele do seu jornadear apostólico no Ceará. Nas cidades do vizinho Estado, onde havia feito grandes movimentações de massa, grandes concentrações de fiéis, a fama começava a espalhar-se, mas, para as nossas bandas de cá, do Sertão da Paraíba, era muito pouco conhecido.
Lembro-me muito bem da chegada dele, em Cajazeiras. Tudo estava certo e previsto pelo então vigário Pe. Fernando Gomes, atual arcebispo de Goiânia: hora, local da recepção, restante do cerimonial.
Duas horas passadas e nada do missionário. A partida de Lavras do Mangabeira, no Ceará, tinha sido difícil pelo motivo de grande ajuntamento de pessoas que acorreram às despedidas de Frei Damião.
Em palácio, na companhia de Dom Mata, procurávamos adivinhar as razões da demora, quando se ouviram cânticos religiosos pelas ruas, e, dentro em pouco, passava às nossas vistas, acompanhado de um pequeno cortejo de meninos e vários adultos, um religioso baixinho, passo apressado, em direção à catedral, em cuja praça fronteiriça iriam dar-se as missões.
Era Frei Damião, que havia descido do automóvel, à entrada de Cajazeiras, e vinha arrebanhado o pessoal.
Estranhamos o método mas ficou nisso.
À noite, começaram as missões. O missionário impressionava fortemente.
Dia a dia, aumentava a afluência do povo, sequioso de ouvir a palavra do pregador e os seus conselhos prudentes.
Éramos vários sacerdotes, trabalhando todos dia e noite, às vezes, a noite inteira, e não dávamos atendimento aos fiéis.
As missões agradaram e repercutiram de tal modo que a procissão de encerramento ultrapassou todas as expectativas e cálculos. Foi um deslumbramento não só pela incontável massa humana como pelo entusiasmo e fervor religioso do povo. Todos, brandindo ramos, davam a impressão de uma floresta em movimento. Dom Mata, vibrante como era, não se continha e exultava. Cousa tanta nunca vista em Cajazeiras.
Daí por diante, à medida que se multiplicavam as missões pelas diversas paróquias da Diocese, crescia o nome e a fama do missionário.
Na paróquia de Catolé do Rocha, ao tempo, em que fui vigário, Frei Damião pregou missões por duas vezes.
Com Dom Mata, ajudei nas missões de várias paróquias.
Sempre me interessou pedir notícias de Frei Damião, em suas intermináveis andanças e correrias apostólicas.
Nunca muda. Sempre o mesmo homem extraordinário em todas as idade, em todas épocas, em toda parte, em todas situações.
Hoje, quase aos 71 anos, aos 46 de sacerdócio e de missionário, é o mesmo Frei Damião dos primeiros dias de Cajazeiras.
A mesma cousa. Madrugador, lépido e apressando no andar, quando sai pela manhã; tranqüilo e concentrado nas outras horas; incrivelmente incansável, pois nem sei se dorme; paciente e tratável com o povo; delicado e caridoso com os penitentes; prestimoso e jovial com os colegas; humilde e obediente aos superiores; sério e pontual com os compromissos; extremamente zeloso com os enfermos e com os pobres; solícito no púlpito ou no confessionário; solícito no catecismo ou administração dos sacramentos; solícito, quando prega, admoesta ou verbera; solícito, quando ensina ou instruir; solícito, quando repreende; solícito em tudo.
Vezes, sentido mas nunca zangado; vezes, impetuoso mas nunca violento; vezes, sonolento mais nunca cansado; vezes, teimoso no trabalho, mas só pelo desprendimento de si mesmo, por amor às almas, pela glória de Deus.
Se vergasta, não é descaridoso; se lhe sai a apóstrofe em chamas, é só para o convencimento da verdade; se chicoteia o pecado e o vício, recebe sorridente o pecador; se adverte, não é com ares de profeta; se ameaça, não é com iras de apóstolo.
Quando fala, convence; se não fala, impõe respeito.
Inteligente, culto, sua palavra é luminosa e inflamada; sua doutrina, segura e substanciosa; sua argumentação, contundente e arrasadora; sua exposição, clara e acessível.
A mesma, que transmite, é autêntica, não é outra, é a mesma de Cristo.
Se um homem desses não é santo, ai de nós! Que cousa somos!
Se o povo reconhece naquele que lhe fala de Deus, que ele vive de Deus, se confirma a sua virtude invulgar - que mal faz que este povo ame ardorosamente o seu missionário, que o admire, respeite e estime, que queira bem ao velhinho.


Se há cordões policiais de isolamento, em derredor de astros e estrelas, de líder e heróis, para protegê-los do entusiasmo vibrante dos seus fãs, devotos e admiradores - com que razões se condenaria o fervor e a exultação dos fiéis na presença do seu missionário!
Sobretudo, quando esse fervor ajuda eficazmente na aceitação e convencimento das verdades proferidas pelo pregador.
Somos realmente levados a receber com facilidade a palavra daquele, a quem amamos. E as sentenças do missionário são palavras de Deus.
Quem procura inflamar de amor o mundo, merece o amor dos homens.
Por que também pretender criticar, como antiquado, o método de apresentação da doutrina, seguido por Frei Damião?
O método é o meio de transmissão da verdade ou mensagem. Não é a própria verdade, não se identifica com a mensagem.
Se o mestre ou pregador consegue transmitir a doutrina, contida nas suas preleções ou prédicas, excelente é o seu método.
Quem melhor do que Frei Damião atinge a mente dos seus ouvintes!   O próprio exagero, segundo Jackson de Figueiredo, na base do espírito é um perigo mas já, com elemento de convencimento, é insuperável.
Por que azedar-se ainda com a pregação do missionário, fundamentada nas duras verdades eternas! Quer cousa diferente, destrua o Evangelho. O novo, só por ser novo, não é carismático, seja palavra ou sistema.
A humanidade adquire, em cada época, o colorido do tempo mas não muda em sua essencialidade, para que continue humanidade.
O novo só e o velho só são visões unilaterais e deturpadas do conjunto. Misturem-se os dois, e haverá harmonia e beleza.
Diga-se só a título de ilustração. Que cousa mais bela do que o ecumenismo! Bela e cristã! No entanto, o ecumenismo não carismático.
Veja-se aí, em pleno século vinte, na super-politizada Europa, em pleno coração da Irlanda, essa guerra santa e sangrenta entre irmãos separados - católicos e protestantes.
A grande virtude de Frei Damião, como autêntico missionário e pregador da palavra de Deus - é a coragem de dizer ao seu auditório não as verdades que ele quer ouvir mas as verdades que ele deve ouvir.
Paremos aqui, que já vai longa esta crônica, sem nos esquecermos de que é graça extraordinária de Deus uma missão e, por ser singular e rara, ninguém dela abusa inutilmente.
Muitíssima cousa a mais tinha a dizer com agrado e simpatia sobre Frei Damião, o Missionário.


FONTE: ‘Crônicas das 12’. João Pessoa: s/e, 1998, pág. 19-23.

PLS Mídia : FAMÍLIA DANTAS (Relatos Biografia )

PLS Mídia : FAMÍLIA DANTAS (Relatos Biografia ):     FAMÍLIA DANTAS A presença dos Dantas na Serra do Teixeira, segundo a tradição oral, remonta ao século XVIII, quando ch...

FAMÍLIA DANTAS (Relatos Biografia )



    FAMÍLIA DANTAS



A presença dos Dantas na Serra do Teixeira, segundo a tradição oral, remonta ao século XVIII, quando chegaram à região quatro portugueses que logo se dispersaram: Inácio, o mais jovem regressou a Portugal, dois foram para Currais Novos, RN e Antônio que, casando-se com a bela Josefa, permaneceu no local, tornando-se dono de terras e de escravos. Em homenagem ao jovem que regressou a Portugal, o nome “Inácio” iria se repetir em algumas gerações dos descendentes de Antônio.

Segundo José Adelino Dantas (1977), dados comprovados mostram que o português José Dantas Correia (I) e sua esposa, a paraibana Isabel da Rocha Meireles, constituem as raízes dos Dantas da Serra do Teixeira. Eram eles senhores do Engenho Fragoso, localizado nas proximidades do Recife, conforme documentação disponível. Sua descendência ajudou a povoar os sertões da Paraíba e do Rio Grande do Norte, a partir de 1710. Um de seus filhos, Caetano Dantas Correia (1710-1797), constituiu a origem da família Dantas na região do Seridó. Outro filho, também de nome José, aqui referido como José Dantas Correia (II), vai constituir o tronco da família Dantas, na Paraíba.

José Dantas Correia (II) casa-se com Tereza de Góis e Vasconcelos, filha de Lourenço de Góis e Vasconcelos e de Joana de Góis e Vasconcelos. Dessa união resultou um único filho, Antônio, o futuro Alferes Antônio Dantas Correia de Góis, que seus contemporâneos chamam Capitão Anta e o pintam como homem alto e magro, de feição escultural, mas “perfeitamente desleixado abotoando o paletó sem simetria nem ordem, como se fosse o nosso Diógenes. Era major da Guarda Nacional e gostava muito de andar de espada, coisa maravilhosa naqueles bons tempos de simplicidade. Homem de grande força moral e profundo espírito de justiça, ele às vezes castigava um amigo turbulento em proveito do adversário colocando acima das conveniências do partido, a ordem e a lei” (Antônio Farias, 1914).

O Alferes Antônio Dantas Correia de Góis foi casado com Josefa Francisco de Araújo e Almeida, filha de Mariana Francisca Benedita e do português João de Araújo e Almeida, Cavaleiro da Ordem de Cristo, natural do Arcebispado de Braga. Mariana Francisca era filha de Ana Coelho Barreto, da família Gomes Coutinho. O Alferes tornou-se próspero senhor de terras e escravos. Uma de suas fazendas, no município vizinho de São José do Egito, era povoada exclusivamente por escravos e tinha o paradoxal nome de “Piedade”. Em 1795, faz com sua mulher a doação de 24.000 braças quadradas de terras ao Patrimônio da Capela de Santa Maria Madalena, da freguesia do Teixeira. Essas terras serão permutadas, oitenta e seis anos depois, em 1881, por outras melhor localizadas, por seu bisneto, Delmiro Dantas Correia de Góis, filho do Coronel da Guarda Nacional, Dr. Manoel Dantas Correia de Góis. Delmiro era então administrador do Patrimônio de Santa Maria Madalena.

Os quatro filhos do Alferes – Antônio, Lourenço, José e Inácio – tiveram, como o pai, o sobrenome “Góis” acrescido ao “Dantas Correia”. Era também um tributo à avó, Tereza de Góis e Vasconcelos. Antônio Dantas Correia de Góis (Júnior) ordenou-se padre, foi vigário em Teixeira e depois em Patos, nos anos de 1828 a 1852. São suas as primeiras assinaturas do Livro número 1 de batizados da freguesia do Teixeira, de 1843. Era considerado “homem de idéias, um pouco caprichoso, mas pacífico”. Padre Antônio prestou bons serviços à paz e ao progresso da Vila. Faleceu em Patos, em 1852, mas seu corpo foi sepultado na Capela de Teixeira.

O segundo filho do Alferes Antônio Dantas Correia de Góis, Inácio Dantas Correia de Góis, não constituiu família. Morreu no ano de 1860. Lourenço Dantas Correia de Góis e José Dantas Correia de Góis casaram-se com as  filhas do Capitão Manoel Pereira Monteiro, de Serra Negra do Norte e de Dona Tereza Maria da ConceiçãoLourenço e Senhorinha Francisca dos Passos tiveram catorze filhos; José e Maria Isabel dos Passos, Bilinha, geraram quatro filhos. Os filhos dos dois casais manterão o sobrenome “Dantas Correia de Góis”, sem nenhuma referência a “Pereira Monteiro”, mas o segundo  filho de José adota “Monteiro” na composição de seu nome: Antônio Dantas de Góis Monteiro.

Austero e religioso, José vivia da agricultura e da pecuária. “Jamais aceitou cargo público, era alheio completamente ao movimento social”.De seu casamento com Bilinha, houve quatro filhos:

1.      Manoel, Coronel Dr. Manoel Dantas Correia de Góis (1827-1910), casado com Jacinta Augusta Duarte Dantas, filha de Bernardo Duarte, fazendeiro na Paraíba e no Ceará. Jacinta faleceu prematuramente, em 1878. O casal teve catorze filhos. Manoel tendo enviuvado, dedicou-se inteiramente à política, sendo eleito várias vezes deputado e torna-se, pela sua popularidade e grande prestígio, a personalidade mais proeminente da linhagem dos Dantas do Teixeira. Em 1880, foi eleito deputado provincial e presidente da Assembléia. Tal como seu tio Lourenço, Manoel pertenceu ao Partido Liberal. Em 1885 foi eleito deputado geral; em 1888, voltou à Assembléia provincial e em junho de 1889, assume, interinamente, a presidência da Província da Paraíba. Fez parte da Constituinte estadual de 1892, sendo reeleito deputado estadual em 1896, 1900 e 1904. Em agosto de 1889 é a vez de seu oitavo filho, Dr. Franklin Dantas Correia de Góis, ser eleito deputado geral, também pelo Partido Liberal. No Rio de Janeiro, Franklin presenciará, em novembro, o golpe militar no Campo de Santana, a queda do Império e a fundação da Primeira República.

2.      Capitão Antônio Dantas de Góis Monteiro, casado em primeiras núpcias com Rita de Cássia Pessoa de Mello e em segundas com Idalina Dantas da Fonseca Neves, teve oito filhos dos dois matrimônios.

3.      Benigna Dantas da Silveira, casada com o primo, filho de Lourenço, Ilídio Dantas Correia de Góis (1834-  ?). Ilídio casou-se a segunda vez com Justina Eugênia Ferreira Dantas. Do primeiro casamento houve onze filhos e do segundo, sete.

4.      Casusa, o Alferes José Dantas Correia de Góis Júnior ( ?  – 1876), casado com Maria Senhorinha dos Passos Dantas, Maroca (1844-1926), filha de Lourenço. O casal teve oito filhos. Uma tragédia aconteceu na família: ocupando a função de delegado, em 1876, Casusa foi incumbido de prender, no município de Santa Luzia do Sabugi, o ex-chefe do Partido Conservador e ex-Delegado de Teixeira, Liberato de Carvalho Nóbrega, que devia contas à justiça e estava  homiziado na própria fazenda. Ao chegar aí, o caçula de José foi mortalmente atingido pela pontaria do bacamarte de Liberato.

José Dantas Correia de Góis, acabrunhado e entristecido com o assassinato do filho, falece meses depois, em 1877, nove anos depois de seu irmão Lourenço Dantas Correia de Góis, Casusa deixou viúva, sua prima Maroca, de apenas trinta e dois anos de idade e oito filhos menores:

a)     Belisário Dantas Correia de Góis, o mais velho, com catorze anos;
b)     Josefina Maria dos Passos Dantas, com treze;
c)     Epaminondas Dantas Correia de Góis, com onze;
d)    Liberalina dos Passos Dantas, com sete;
e)     Orlando Dantas Correia de Góis, com cinco;
f)      Maria dos Anjos dos Passos Dantas, com quatro;
g)     Lourenço Dantas de Góis Monteiro, com três e
h)    Josefa dos Passos Dantas (Tia Sinhá), com um aninho de idade.

O sétimo filho de Casusa, Lourenço Dantas de Góis Monteiro (1873-1927) será o pai, dentre outros, do poeta João Dantas Monteiro (1910-1964) e do empresário Arlindo Dantas Monteiro (1918-1980). Este último, a razão de ser do Museu Arlindo Dantas Monteiro.

As terras do Amparo e o Casarão do Jabre

Ao patriarca Lourenço Dantas Correia de Góis pertenceram as terras do Deserto e do Amparo, e outras propriedades adquiridas por compra e por herança de seus pais, o Alferes Antônio Dantas Correia de Góis e Josefa Francisco de Araújo e Almeida.

Lourenço residiu em Teixeira, na Capital Paraíba e em Patos, onde era advogado e também suplente de juiz municipal. Em 1840, foi eleito deputado provincial pelo Partido Liberal. Como outros de sua época, era admirador da Guarda Nacional, onde ocupou o posto de  Tenente-Coronel (a Guarda Nacional foi criada em 1831, substituindo as antigas Milícias e Ordenanças e tinha como missão defender a Constituição, a Independência do Brasil e a integridade do Império). Nos vários papéis que desempenhou, era sempre tido como “inteligente e ilustrado; pacífico e ordeiro”. Faleceu no ano de 1868.

Atribui-se a Lourenço a construção, com mão-de-obra escrava, do Açude do Amparo, do engenho e da casa residencial, de frente para o Açude. Essa casa – edificada em data ainda incerta, possivelmente entre os anos de 1820 e 1835 – possui hoje um nome oficial, que é “Casarão do Jabre”. Está situada a pouco mais de 2 km a oeste de Maturéia e a 1,5 km do sopé do Pico do Jabre, ponto culminante da Serra da Borborema. A imponência do Casarão, as enormes dimensões dos tijolos, das telhas, do madeirame e dos espaços, a qualidade superior do material empregado, tudo leva a crer que seu construtor foi um homem bem posicionado economicamente, a exemplo do Dr. Lourenço Dantas Correia de Góis.

Dos filhos de Lourenço e Senhorinha Francisca, apenas dois deles – Ilídio e Felinto – usufruíram da beleza da ambiência da casa, do engenho e do açude. Depois vieram os sobrinhos, Alfredo Dantas Correia de Góis e sua mulher, Benigna dos Passos Dantas. Os filhos do casal Alfredo e Benigna – José Alfredo Dantas, Esmerina dos Passos Dantas, Severina Benigna Dantas, Francisca de Assis Dantas e Adelina dos Passos Dantas – foram criados nesta casa e, como seus antepassados, puderam desfrutar do clima ameno e das belezas do Amparo, até os anos de 1920. Com o falecimento de Alfredo Dantas Correia de Góis, em 1922, o Amparo sofre o infortúnio do mal uso de seus recursos naturais, sendo até descaracterizado em suas dimensões originais, resultado da inoportuna venda de suas melhores terras. A feição original do Casarão, no entanto, manteve-se íntegra, ao contrário do Casarão do Deserto, construído por ancestral de Lourenço, possivelmente pelo primeiro Dantas que chegou à Serra do Teixeira, José Dantas Correia. É deplorável o fato de que a mais antiga moradia dos Dantas do Teixeira tenha sido demolida iconoclasticamente no final do século XX.

O Casarão do Jabre foi habitado, até início dos anos setenta, por José Dantas Correia de Góis, neto de Casusa, e sua mulher, a legendária Biliu, Severina Dantas de Araújo, bisneta de Lourenço. Nesta paisagem magnífica, tendo o Pico do Jabre como fundo, o açude à frente, o Casarão era sempre bem conservado. Ali valorizavam as palmeiras, as belíssimas árvores e os jardins floridos que cultivam com esmero. Ali, reverenciaram a memória de Joel, o filho de sete anos de idade falecido em 1943.

O Casarão do Jabre sedia o recém-criado (1998) Museu Arlindo Dantas Monteiro. A iniciativa de sua fundação e a escolha do nome deu-se, em boa hora, por inspiração da esposa e do filho de Arlindo, Josefa Rodrigues Monteiro, Zelice e Heráclio Dantas Rodrigues.

Prosseguirá o Museu Arlindo Dantas Monteiro na sua missão de resgatar a história dessa pequena parte do Brasil. Muito há para revelar sobre a presença dos Dantas na Serra do Teixeira Muito mais, entretanto, resta estudar sobre os indígenas, seus primeiros habitantes e sobre os afro-descendentes que ajudaram a construir o passado e o presente de Teixeira, Maturéia, Imaculada, Mãe D’água e adjacências.

O Museu Arlindo Dantas Monteiro, hoje, revela o passado, com vistas ao futuro!
                                                                                                                                          (Recife, 2002)


FONTE: ‘Crônicas das 12’. João Pessoa: s/e, 1998, pág. 19-23.

Pesquisa mostra 15 supermercados mais baratos da Grande João Pessoa

Top 15 supermercados mais baratos da Grande João Pessoa — Foto: Fabio Tito/G1

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) listou os 15 supermercados 
com preços mais baratos no mês de julho na Região Metropolitana de João Pessoa. 
A pesquisa, feita pelo projeto de extensão “Educação financeira para toda a vida” mês a mês, também
mostra o top três de estabelecimentos por categoria e localização.
A pesquisa foi feita em cerca de 30 estabelecimentos, entre supermercados, hipermercados e 
atacadistas, no período de 28 a 30 de junho. Foram coletados os preços de 350 itens, por meio 
da técnica de amostragem não probabilística por acessibilidade.
Conforme a pesquisa, os estabelecimentos com preços mais baratos ficam no bairro Ernesto Geisel, 
na Zona Sul de João Pessoa, e em Bayeux:
  1. Atacadão (Geisel)
  2. Assaí (Geisel)
  3. Kipreço (Bayeux)
  4. Cestão (Bayeux)
  5. Varejão do Preço (Bayeux)
  6. Manaíra (Manaíra)
  7. Latorre (Torre)
  8. Carrefour (Bancários)
  9. Makro (Esplanada)
  10. Extra (Bancários)
  11. Edelicya (Santa Rita)
  12. Todo Dia (Bancários)
  13. Menor Preço (Cristo)
  14. Assis (Mangabeira)
  15. Bemais (Bancários)
“Escolhemos supermercados próximos às residências dos estudantes do projeto, já que é um 
trabalho voluntário. Nossa divulgação conta com ranking por região e por setor atacadista, 
além do tradicional ranking geral”, explica Wenner Lucena, coordenador do projeto.
Por G1 PB
 

domingo, 29 de setembro de 2019

Brasil fica em penúltimo em pesquisa sobre simpatia de vendedores

Pesquisa aponta que 79% dos funcionários sorri ao ver um cliente entrar na loja. Na Irlanda, país que ficou em primeiro lugar, o percentual é 97%.

Brasil fica em penúltimo em pesquisa sobre simpatia de vendedores
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Esse ambiente de preocupação na economia parece que tem contaminado o humor do pessoal que trabalha no comércio no Brasil.
“Aqui tem uma esfiha tão boa, tão boa, tão boa, que dá até dó de vender” – a esfiha pode até ser uma delícia, mas o anúncio é melhor ainda. Só assim mesmo pra tentar vencer o marasmo. É que tá ruim o negócio... Literalmente!
“Tá muito difícil. Você tem que reduzir sua margem assustadoramente pra não perder os seus clientes”, afirmou a empresária Patrícia Gabriel.
E, pelo jeito, quando reduz a margem de lucro, reduz também a de felicidade. Porque o vendedor brasileiro tem recebido os clientes de um jeito, digamos, cada vez menos alegre.
Muitas vezes, quando um cliente chega numa loja, ele lê a seguinte mensagem na parede: "sorria, você está sendo filmado". Só que em alguns casos, a plaquinha que tá faltando para o vendedor dentro é  outra: sorria, ponto. Parece óbvio alguém que está querendo vender alguma coisa dar um simples sorriso para um cliente que chega. Mas na pesquisa do vendedor simpático, o brasileiro ficou na penúltima colocação.
Quem diria... O país com fama de ter riso frouxo, hoje só tem vendedores mais sorridentes que o recatado Japão. Na pesquisa, que foi feita em vários países do mundo, 97% dos vendedores irlandeses estão rindo de bobeira quando chega cliente. No Brasil, só está na cara de 79% dos funcionários.
Está achando que nem é um resultado tão ruim assim? A coordenadora da pesquisa discorda.
“De dez clientes que entraram na loja, dois não foram recebidos com sorriso. Isso é grave. Parece um número pequeno, mas não, se a gente multiplicar isso, quantos entram, quantos clientes entram nas lojas por dia, é um número bastante preocupante”, afirmou Stella Susskind, coordenadora da pesquisa no Brasil.
“Eu posso até comprar se eu estiver precisando muito, mas eu não voltaria mais por conta da má recepção”, disse o bancário Eduardo Bitencourt.
Quando até o manequim está triste ou escondendo o rosto pra quem passa na rua, como no vídeo, o clima está estranho mesmo. Mas tem solução pra depressão pré-venda: o manequim do vídeo, o primeiro que aparece na loja da dona Maria Cecília. Que delícia comprar com ela... 45 anos de gargalhadas compridas no comércio de São Paulo.
Jornal Nacional: O que a senhora faz quando vê um funcionário da senhora com cara feia?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: Ah, eu ando descansar um pouquinho lá atrás.
Jornal Nacional: É fácil dar um sorriso, né?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: É fácil.
Jornal Nacional: É de graça?
Maria Cecília Medeiros, comerciante: É de graça.
Fonte.G1